Entusiasta da mudança da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) para um novo local, a diretoria do Sindicato do Comercio Atacadista de Gêneros Alimentícios no Estado de São Paulo (SAGASP) acredita que a mudança para um local maior com projeto moderno irá resolver um dos problemas mais antigos do entreposto: o desperdício de alimentos.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) o Brasil desperdiça todos os anos aproximadamente 14 milhões de toneladas de comidas. Desse total, só a Ceagesp manda para o lixo 45 mil toneladas anualmente.
Um dos motivos, segundo os administradores do entreposto, é a deficiência no sistema de logística pela falta de espaço.
Hoje mais de 1,5 mil municípios em 24 estados, além de 25 países fornecem alimentos para a Ceagesp. No total, 35 mil produtores têm negócios com o maior entreposto de alimentos da América Latina.
Entretanto, um dos gargalos está na falta de estrutura e espaço físico para atender a demanda, que é colossal.
Quando a Ceagesp foi inaugurada, em maio de 1969, o pequeno bairro da Vila Leopoldina ainda comportava o vai e vem de caminhões que entravam e saiam do entreposto. Anos depois, mesmo com a descentralização da Ceagesp, a logística em seu entorno foi ficando complicada.
Para o presidente do SAGASP, Algirdas Antonio Balsevicius, a mudança de local da Ceagesp e de outro entreposto famoso, a Zona Cerealista, é positiva visto que a demora no embarque e desembarque faz com que os alimentos pereçam antes de chegarem às mãos do consumidor, provocando assim o desperdício.
Ele destaca que a mudança do entreposto para uma área na região do Rodoanel irá não só agilizar os processos – reduzindo as perdas – como vai aumentar o volume de negócios. “Nós defendemos um projeto que é o melhor em todos os sentidos. Neste projeto, chamado CEASP, haverá seis platôs pensados estrategicamente. Um deles será dedicado somente às funções logísticas e carga e descarga”, diz.
“Um pavilhão abrigará apenas frutas, legumes e verduras; outro será destinado a produtos da Zona Cerealista; outro será exclusivo para o seguimento de flores e os demais à atividades complementares como serviços, lazer, restaurantes, hotel e centro de informações”, continua.
“No Novo Ceasa o desperdício de alimentos, essa grande preocupação mundial, será coisa do passado”, finaliza.