Fotos: Divulgação

A forte chuva que caiu sobre a capital paulista e a Região Metropolitana de São Paulo nesta segunda-feira, 10/02, causou muitos prejuízos. Em muitos lugares rios e córregos transbordaram e invadiram vias importantes. O transporte público foi prejudicado e milhares de pessoas ficaram sem poder se locomover com a paralisação de ônibus e trens.

Carros, casas e comércios também foram invadidos pelas águas. Em algumas cidades morros e encostas deslizaram provocando verdadeiras tragédias.

Outro local que contabilizou muito prejuízo com as fortes chuvas foi a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP). Localizada na Vila Leopoldina, a poucos metros do rio Pinheiros, a maior central de abastecimento de frutas, legumes, verduras, flores e pescados da América Latina amanheceu debaixo d’água.

Nas redes sociais pessoas relataram as perdas. Em vídeos e fotos é possível ver frutas e caixas boiando na água que inundou o local. De acordo com os gestores do entreposto, todos esses alimentos terão que ser jogados fora. O prejuízo ainda será calculado, mas a estimativa é que ultrapasse os R$ 12 milhões.

ESGOTAMENTO DA ESTRUTURA

Essa não é a primeira vez que a CEAGESP é tomada pela água causando milhões em prejuízos. Além das frequentes enchentes, o entreposto dá sinais de esgotamento de sua estrutura, que já não é mais adequada para o transporte, recebimento, armazenamento e a exposição dos produtos.

“Falta espaço para abrigar caminhões que chegam de diversas partes do país. O trânsito dos veículos pesados causa verdadeiros colapsos nas vias do entorno do entreposto. Há problemas para o descarte de lixo e alimentos impróprios para o consumo, falta iluminação adequada, banheiros e segurança para visitantes e comerciantes”, explica Telmo de Carvalho, diretor do Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios no Estado de São Paulo (SAGASP).

Por isso, há mais de 10 anos, juntamente com um grupo empresarial e outros sindicatos patronais, o SAGASP defende a mudança do entreposto – juntamente com a Zona Cerealista – para outro lugar.

O local escolhido é um terreno de 400 hectares às margens do Rodoanel Oeste, na cidade de Santana de Parnaíba. O projeto prevê um complexo com seis platôs planejados para que, mesmo após 30 anos, o Novo Ceasa – como vem sendo chamado – ainda seja o maior entreposto alimentício das Américas, permanecendo moderno e eficiente.

“Com a mudança problemas como enchentes, trânsito, desperdício de alimentos e insegurança serão coisa do passado”, diz Algirdas Balsevicius, presidente do SAGASP e presidente do grupo empresarial que trabalha na idealização do projeto.

Segundo ele, mais de R$ 2,2 bilhões serão investidos no projeto e a mudança completa deve ocorrer em até 5 anos.

Balsevicius lembra que a mudança da Ceagesp é urgente porque o atual local ficou ultrapassado. “Produtores, empresários, transportadores e permissionários já não aguentam mais tantos prejuízos”, continua.

Já Telmo de Carvalho finaliza lembrando que o Novo Ceasa permitirá, além da criação de 30 mil empregos, um aumento substancial no volume de negócios. “Rapidamente a CEAGESP será o maior entreposto do mundo. Moderna e inteligente, terá arquitetura e urbanismo inspirados no Paris-Rugins, o maior entreposto de alimentos da França”, finaliza.

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